De mãe atípica a especialista: a história de Silvia Kelly Bosi e sua missão pelo desenvolvimento infantil
No mês das mães, a trajetória de Silvia inspira outras mulheres a acolherem suas emoções e buscarem apoio desde os primeiros sinais de atraso no desenvolvimento infantil
Silvia é cientista e neuropsicopedagoga e referência em intervenção precoce, com foco nas áreas da linguagem, socialização e motricidade. - Foto: Raphael Barros
Ser mãe já é, por si só, um mergulho profundo em um mar de emoções. Para Silvia Kelly Bosi, esse mergulho veio com um desafio adicional: a maternidade atípica. Ainda nos primeiros meses de vida da filha Valentina, Silvia começou a perceber pequenos sinais que despertaram sua atenção — e seu instinto.
Por volta de 1 ano de idade, Valentina não apontava, não mandava beijo, não dava tchau. Mesmo quando era chamada pelo nome, respondia com pouca frequência. Esses sinais, embora sutis, acenderam um alerta. Silvia passou a observar atentamente os marcos do desenvolvimento infantil e iniciou uma busca por respostas. Com 1 ano e 4 meses, começaram as investigações e, por volta dos 2 anos, veio o diagnóstico.
Foi nesse momento que a maternidade deixou de ser apenas vivência e passou a ser missão. Silvia decidiu se especializar em desenvolvimento infantil, não apenas para oferecer o melhor suporte à filha, mas para ajudar outras crianças e famílias a identificarem precocemente possíveis sinais de atraso — e agirem a tempo.
“Quanto antes, melhor” tornou-se um lema que ela leva para a vida. Isso porque quanto mais precocemente os sinais são reconhecidos e as intervenções iniciadas, maiores são as chances de promover um desenvolvimento saudável e minimizar impactos emocionais e sociais — tanto para a criança quanto para sua família.
Hoje, Silvia é cientista e neuropsicopedagoga e referência em intervenção precoce, com foco nas áreas da linguagem, socialização e motricidade. Sua experiência pessoal fortaleceu sua escuta profissional e aprofundou sua empatia.
Mas ela também faz um alerta importante: cuidar de uma criança com necessidades específicas exige atenção integral — e isso só é possível quando a mãe também está bem. “Cuidar da saúde mental materna não é um luxo. É uma condição essencial para garantir presença afetiva e uma rotina saudável”, defende Silvia.
Ela observa que muitas mães atípicas enfrentam sentimentos de culpa, cansaço extremo e sobrecarga emocional. Para lidar com isso, recomenda algumas práticas que fizeram a diferença em sua própria caminhada:
- Construir uma rede de apoio confiável;
- Participar de grupos com outras mães atípicas;
- Buscar terapia para reorganizar emoções e expectativas;
- Reduzir a autocrítica e respeitar os próprios limites;
- Evitar o isolamento e cultivar escuta acolhedora.
Neste mês das mães, a história de Silvia é um convite ao acolhimento e à ação. A maternidade atípica a transformou profundamente — e, por meio dela, ela segue ajudando outras mães a acreditarem no potencial de seus filhos.
“Quando uma mãe acredita na força da sua criança, ela dá o primeiro passo para revelá-la ao mundo”, diz Silvia, hoje mãe da Valentina, de 7 anos.
Silvia Kelly Bosi
Cientista e Neuropsicopedagoga, graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, com especializações em Autismo, Desenvolvimento Infantil, Análise do Comportamento, Neurociências e Neuroaprendizagem. Certificada internacionalmente pelo CBI of Miami em Desenvolvimento Infantil e Avaliação Comportamental. Mestranda em Atenção Precoce pela Universidad del Atlántico (Espanha) e Perita Judicial certificada pela PUC-Rio. Atua com foco em avaliação neuropsicopedagógica e intervenção nos contextos clínico e educacional.
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