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Brasília,06/05/2025

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Libertadores sem brasileiros é como 'Tarzan sem Chita'. Fala do Presidente da Conmebol, revolta Palmeiras e CBF

Atual presidente da Conmebol, fez uso de suas redes sociais nesta terça-feira (18) para se redimir da fala infeliz e desproporcional que fez quanto aos clubes brasileiros.

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) foi perguntado, depois de ter passado a cerimônia do sorteio dos grupos da CONMEBOL Libertadores e da CONMEBOL Sul-Americana, na segunda-feira (17), sobre como a confederação agiria caso as competições fossem prejudicas com uma possível debandada dos clubes brasileiros, diante da inércia e atitudes da entidade sobre os constantes casos de racismo.

"Isso seria como Tarzan sem Chita. Impossível", afirmou esbanjando um largo sorriso Domínguez, citando a personagem criada por Edgar Rice Burroughs e sua inseparável chimpanzé.

A frase lançada por Domínguez pegou muito mal e deixou um ranço entre os dirigentes de clubes esportivos no Brasil, já que o presidente da Conmebol deixou uma brecha gigantesca para interpretações de que os atletas brasileiros estariam sendo comparados a macacos.

Por essa interpretação e o efeito que sua fala desprezível causou, Domínguez emitiu uma nota, com um pedido formal de desculpas ao Brasil e tentou justificar que a sua atrapalhada gafe não foi sua real motivação.

Domínguez, presidente da Conmebol faz pedido formal de desculpas ao Brasil . - Foto: Conmebol/Divulgação

"Em relação às minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular, e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém".

"A Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos 10 países membros", reforçou.

"Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de discriminação", firmou.

Palmeiras repudiou frase

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, em um comunicado à imprensa, se posicionou desfavoravelmente a fala de Alejandro Domínguez.

Como suscitou a presidente do Palmeiras, ela suspeitou de que o vídeo postado, não passasse de uma manipulação de “deepface” (manipulado por Inteligência Artificial), tamanho o estrago catastrófico da frase de Domínguez.

Leila voltou a lembrar o triste caso ocorrido com o atacante Luighi, na Libertadores sub-20, e chamou a comparação envolvendo a macaca Chita de "abominável".

Leila Pereira, em um comunicado à imprensa, se posicionou desfavoravelmente a fala de Alejandro Domínguez. - Foto: Cesar Greco/Palmeiras

"Quando vi a declaração do presidente Alejandro Domínguez, confesso que custei a acreditar que ela fosse verdadeira. Achei até que pudesse ser um vídeo manipulado por Inteligência Artificial. Aliás, pensando bem, acho que nem mesmo a Inteligência Artificial seria capaz de produzir uma declaração tão desastrosa quanto esta", disparou.

"Não é possível que, mesmo após o caso de racismo do qual os atletas do Palmeiras foram vítimas no Paraguai, o presidente da Conmebol faça uma comparação abominável como a que ele fez. Parece até uma provocação ao Palmeiras e aos demais clubes brasileiros", acrescentou.

"A declaração do presidente Alejandro demonstra, mais uma vez, a dificuldade da Conmebol em compreender o que é racismo. Se as pessoas que comandam o futebol sul-americano nem sequer sabem o que é racismo, como serão capazes de combatê-lo?", narrou com vigor o despreparo do dirigente.

"O Palmeiras, juntamente com a Libra e a LFU, enviou uma carta à Fifa pedindo providências e apontando a necessidade de penas mais rigorosas em episódios de racismo no futebol. Seguiremos fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para combater este crime, mas precisamos da ajuda de todos! Os clubes brasileiros são responsáveis pela grande maioria das receitas geradas pela Conmebol e, juntos, têm de se impor para cobrar a aplicação de penas exemplares em casos de racismo. Repito: a impunidade é a semente do próximo crime", concluiu.

O desconforto chegou a CBF

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, não gostou nada da repercussão que deu a fala de Alejandro Domínguez e se mostrou bastante irritado com o dirigente da Conmebol.

Ednaldo Rodrigues, não gostou nada da repercussão que deu a fala de Alejandro Domínguez. - Foto: CBF/Divulgação

Rodrigues, já sinalizou a sua enorme insatisfação com a condução da entidade sul-americana nos repetitivos casos de racismo em competições internacionais.

O presidente da CBF, que não compareceu ao sorteio dos grupos da Libertadores e da Sul-Americana na segunda e também não enviou representantes e avaliou que os recentes posicionamentos da Conmebol como "ruins" e vê as penas aplicadas por racismo como "brandas".

Quanto a declaração de Alejandro Domínguez sobre "Tarzan e Chita", para Ednaldo Rodrigues trata-se de "mais uma demonstração de despreparo" para uma pessoa pública lidar com um tema sério como racismo.

"A CBF não abre mão do posicionamento de que a punição seja esportiva, uma vez que multa nenhuma repara o caso", sustentou.

ASSISTA AO VÍDEO






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