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Brasília,03/10/2025

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Maurício Carvalho

ANOREXIA NERVOSA – PARTE TRÊS: Conhecendo a doença

Ironicamente, em um mundo preocupado com o avanço da obesidade, algumas pessoas sofrem de um problema que as torna muito magras: a Anorexia Nervosa.

FOTO: WWW.123RF.COM/DIVULGAÇÃO
ANOREXIA NERVOSA – PARTE TRÊS: Conhecendo a doença A Anorexia Nervosa pode ser um problema crônico e difícil de superar.

Anorexia Nervosa é um distúrbio caracterizado por uma visão distorcida do próprio corpo. A pessoa se torna excessivamente magra, esquelética, mas ainda assim pensa que está gorda. Para evitar o ganho de peso ou para continuar perdendo peso, as pessoas afetadas pela anorexia podem tomar medidas drásticas, colocando a própria saúde em risco.

Não existem estatísticas precisas sobre quantas pessoas são afetadas pela Anorexia Nervosa. Os especialistas acreditam que algo entre 1% e 10% da população sofra com o distúrbio, especialmente meninas e mulheres jovens.


A Anorexia costuma se iniciar ainda na adolescência, mas também pode afetar crianças, pessoas na meia-idade ou além. - Foto: Divulgação.

A Anorexia Nervosa pode ser um problema crônico e difícil de superar. Porém com o tratamento, as pessoas afetadas podem recuperar sua autoestima e o peso perdido, evitando as várias – e graves – complicações desta doença.

PRINCIPAIS SINAIS DA DOENÇA

Os sintomas da doença estão relacionados à busca incessante pelo baixo peso e à desnutrição causada por esta busca.

As manifestações da Anorexia nem sempre são fáceis de serem detectados. Muitas pessoas afetadas pelo problema conseguem passar muitos meses – ou até mesmo anos – sem que ninguém perceba o que está acontecendo. Por isso é importante reconhecer os principais sinais associados à doença, sendo capaz de identificar pessoas suspeitas ou em risco de desenvolver o problema.

Os principais sinais de Anorexia Nervosa incluem: aparência excessivamente magra, algumas vezes esquelética; anemia; cansaço fácil; vertigens; unhas opacas; cabelos fracos, finos, quebradiços; falta de menstruação; constipação intestinal; ressecamento da pele; baixa tolerância ao frio; batimentos cardíacos fora do ritmo; pressão arterial muito baixa; desidratação e osteoporose.


A Anorexia também atravessa o universo masculino. - Foto: Divulgação.

Outras alterações emocionais e do comportamento que também costumam estar relacionadas à Anorexia Nervosa é quando a pessoa se recusa a comer, nega que está com fome; passa a usar roupas folgadas (para disfarçar a própria magreza); se examina ao espelho e se pesa repetidas vezes, sempre demonstrando preocupação excessiva com o peso; algumas podem fazer exercícios em excesso; humor desanimado, não reage à alegria ou à tristeza; dificuldade de concentração; preocupação constante com a comida, adotando rituais estranhos nas refeições , por exemplo: corta a comida sempre em pedaços muito pequenos, cospe parte do que colocou na boca após mastigar, faz questão de pesar item por item do que colocou no prato e etc. 

O QUE CAUSA ANOREXIA NERVOSA?

A Anorexia costuma se iniciar ainda na adolescência, mas também pode afetar crianças, pessoas na meia-idade ou além. Não se sabe exatamente o que leva algumas pessoas a desenvolver Anorexia. Assim como ocorre com outras doenças, é provável que exista uma combinação de vários fatores, psicológicos, biológicos e socioculturais. Por exemplo: mulheres jovens com uma irmã ou mãe sofrendo distúrbios alimentares possuem um maior risco, sugerindo um possível fator genético para o problema.

Pessoas com Anorexia também possuem certas características emocionais e psicológicas que contribuem para o desenvolvimento da doença, tais como baixa autoestima, personalidade obsessiva-compulsiva, distúrbios da ansiedade, perfeccionismo, etc.

FATORES DE RISCO PARA A DOENÇA

Certas situações estão associadas a um risco maior para o desenvolvimento de Anorexia.

As principais incluem a dieta: pessoas que estão perdendo peso são elogiadas pelos amigos sobre como estão ficando bem e parecendo mais jovens à medida que emagrecem. Em extremos, isto pode levar a pessoa a perder peso em excesso; Ganho de peso: ao ganhar peso, a pessoa pode ser criticada ou ridicularizada. Como resposta, ela termina desencadeando um processo de Anorexia; Puberdade: os adolescentes enfrentam muitas dificuldades adaptando-se a todas as mudanças que ocorrem neste período. A sensibilidade à flor da pele, as críticas e cobranças, o peso das novas responsabilidades e outros fatores de cunho emocional pode levar o adolescente à Anorexia Nervosa; Mudanças: para uma nova escola, casa ou emprego, o término de uma relação amorosa, a morte ou a doença de um ente querido e outras situações podem causar estresse emocional e resultar em Anorexia; Mídia: a televisão e as revistas de moda frequentemente supervalorizam a magreza como uma forma de padrão estético.

Infelizmente, é muito difícil determinar até que ponto a mídia reflete ou cria valores presentes na sociedade. Em todo caso, a exposição a estas imagens pode levar muitas meninas e jovens mulheres a acreditar que, quanto mais magras, mais sucesso e popularidade terão.

COMO É DIAGNOSTICADA?

A Anorexia pode ser fatal. A desnutrição progressiva coloca o indivíduo afetado à mercê de uma infinidade de doenças. Toda e qualquer pessoa com suspeita de Anorexia Nervosa deve ser levada para avaliação médica o quanto antes.

Havendo suspeita de Anorexia, o primeiro passo deverá ser a realização de uma bateria de testes e exames. Através deles, o médico irá procurar outras causas para o emagrecimento, ainda que mantendo a possibilidade de Anorexia Nervosa na pauta do dia. A avaliação psicológica especializada também é bastante recomendável.

COMPLICAÇÕES

A Anorexia Nervosa possui um dos distúrbios mentais que mais causam mortes em todo o mundo. Cerca de 5% das pessoas afetadas terminam falecendo por complicações relacionadas à doença. A morte pode ocorrer subitamente, devido alterações nos batimentos cardíacos (Arritmias) ou desequilíbrios graves nas concentrações de sais minerais no corpo.

Outras complicações comuns e potencialmente fatais da Anorexia incluem: anemia; prolapso de válvula mitral; perda de massa óssea; alterações pulmonares que lembram o enfisema; diminuição na produção de vários hormônios; problemas gastrintestinais; problemas renais; depressão; distúrbio da Personalidade e abuso de drogas.

Se a pessoa Anoréxica atinge um ponto de desnutrição grave, todos os órgãos do corpo começam a sofrer, incluindo o cérebro. Nem sempre os danos causados aos órgãos nesta fase podem ser revertidos, mesmo com o tratamento da Anorexia.

O TRATAMENTO

O tratamento depende da avaliação do risco de morte. Pessoas muito desnutridas devem ser levadas a um pronto-socorro para internação, hidratação endovenosa e outras medidas de suporte de urgência. Nos casos sem risco imediato, o tratamento é feito com a ajuda de médicos, psicólogos e nutricionistas especializados no tratamento de distúrbios da alimentação.

Não existe uma medicação única para tratamento da Anorexia Nervosa. Porém, alguns antidepressivos e outras medicações psiquiátricas podem ajudar a aliviar a depressão e a ansiedade. Na verdade, um dos maiores desafios ao tratar a Anorexia Nervosa é o fato da pessoa não aceitar o tratamento ou não enxergar sua necessidade. Muitas pessoas que sofrem de Anorexia dizem que ela é um “estilo de vida”, e não consideram a má-alimentação uma doença.

Até mesmo para aqueles que desejam e estão verdadeiramente empenhados em buscar o devido tratamento, a Anorexia Nervosa é uma batalha bem difícil e pode durar toda uma vida. Os sintomas podem desaparecer, mas a pessoa afetada permanecerá vulnerável por muito tempo e poderá sofrer recorrências da doença nos períodos de maior estresse.

Sobre o autor: Maurício Carvalho de Sousa é Jornalista Profissional, Escritor, Professor de Direito Civil, Processual Civil, Penal e Processual Penal. Pós-Graduado e Especializado em: Direito Civil e Penal Brasileiro aplicado à Perícia Criminal; Balística Forense aplicada à Perícia Criminal; Biologia Forense; Acidente de Trânsito; Criminalística aplicada à Perícia; Medicina Legal; Psicologia Forense; Papiloscopia Forense; Fotografia Forense; Antropologia Criminal; Odonto Legal; Genética Forense; Informática Forense; Toxicologia Forense, Tribunal do Júri e Mestre em Literatura.



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